CENTRO DE ARTES GRAÇA MORAIS

Projeto realizado no âmbito de um concurso público promovido pela Câmara Municipal de Vila Flor e pela Ordem dos Arqui tectos, para a construção do espaço cultural “ENCONTRO DAS ARTES | ESPAÇO GRAÇA MORAIS, “que integrará várias funcionalidades de divulgação das artes, da cultura e da expressão artística tendo por temática a obra da pintora Graça Morais.” “Muitos dos rostos que desenho pertencem a mulheres marcadas, que já viveram muito e nunca trataram a pele com cre mes. Essa relação com o tempo fascina-me: lê-lo na cara dos outros, no olhar e nas rugas, como quem descobre a idade das árvores nas suas cascas. Uma cara aos 60 anos, esticada por um cirurgião plástico, fica sem passado.” Graça Morais Acontece o mesmo com os edifícios. A recuperação do edifício pré-existente, na procura da salvaguarda e transmissão de uma herança patrimonial, fará coexistir trabalhos de restauro (reparações com os mesmos métodos construtivos e materiais da construção), com trabalhos de reabilitação, compatibilizando os elementos existentes com materiais e tecnologias atuais e com a introdução de novos equipamentos e infraestruturas. Por outro lado, na parcela de terreno contígua, é proposto um edifício de linguagem autónoma e contemporânea que, por questões de resposta ao programa pretendido, ocupa a totalidade do terreno e procura relações volumétricas de diálogo com as construções adjacentes; é uma construção austera, de relações claras com a envolvente: em cada uma das ruas, as suas fachadas em betão branco, texturado, de altura máxima de dois pisos, apresentam as aberturas consideradas indispensá veis (uma entrada na Rua Miguel Corte-Real e outra, para cargas e descargas, na Rua de S. Martinho). A presente proposta deu atenção particular à organização espacial interior, adequando novos usos aos espaços existentes e, no edifício de raiz, concebendo novos espaços para os usos requeridos, conferindo-lhes novos significados. No seu interior, os espaços projetados envolvem três pátios que lhes devolvem a luz; são espaços que remetem para a forma arquitetónica do Centro das Artes | Graça Morais as vocações do seu programa (exposição/criação). O conjunto resulta assim de um diálogo entre uma pré-existência que se requalifica e um edifício unitário face à envolvente, com mil caras no seu interior.